terça-feira, 2 de agosto de 2011

[A morte é a curva ...] - PESSOA + BORGES + (...)

Manuel Jorge Marmelo, na sua crónica de hoje, no Público, «No bolso do morto», (na secção «Bisturi»), termina citando os dois últimos versos do poema Ortónimo de Pessoa.                       (ver Entrada anterior)

Até lá, relata uma curiosa história, «para-literária», que envolve figuras como Borges, Faciolince (escritor colombiano, autor do romance Somos o esquecimento que seremos) e outros.

Recorte Inicial:

«No bolso do morto»  («Bisturi») Jorge Marmelo

Foi há coisa de um ano que aqui referi o romance Somos o esquecimento que seremos, de Héctor Abad Faciolince, e o poema que o escritor colombiano achou no bolso das calças do pai quando o encontrou assassinado numa rua de Bogotá: “Já somos o esquecimento que seremos/o pó primordial que nos ignora”.

O poema, cujo primeiro verso serviu de título ao romance, estava assinado “JLB” e Faciolince entendeu que se tratava de um escrito de Jorge Luís Borges. A história desse controverso escrito não terminou aí, porém. A sua autoria foi contestada, inclusivamente pela zelosa viúva de Borges, e armou-se uma daquelas polémicas em que os literatos, às vezes, se exercitam. A controvérsia, porém, não deu um filme – deu dois livros. Traiciones de la memoria, do próprio Héctor Abad Faciolince, e Los falsificadores de Borges, do argentino Jaime Correas, contam, de modo diverso, uma investigação de vinte anos que permitiu determinar que os versos eram mesmo do autor de O Aleph. “É uma história estranhíssima. Podia ser um conto de Borges”, declarou Correa quando, há alguns meses, apresentou o seu romance em Buenos Aires.

Tanto quanto foi possível determinar, o poema – que, afinal, eram cinco – saiu da gaveta de Borges na calle Maipu num dia de Setembro de 1985, pela mão de Franca Beer,  [....] .

 Público, 02-08-2011, P2, p. 3


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